Por Rodrigo Knack
Jornalista e editor - Jornal Aqui e Revista Livre

 


Na tarde da quinta-feira, 18 de março, representantes de entidades ligadas ao turismo de Penha fizeram a entrega de um documento, com manifestações por mais de 70 empresas, a favor de um equilíbrio entre as ações de combate ao coronavírus por parte dos governos e a manutenção das atividades.

 

O ato simbólico aconteceu na Pousada Quinta da Baleeira, contando com as presenças dos presidentes do Núcleo de Turismo da Acipen (Ahorepe), André Locatelli, do presidente do Núcleo de Pousadas de Penha (Nuphope), Aurélio Idalgo de Souza, o vice-presidente da Nuphope, Antonio Nascimento, a gerente da Quinta da Balleira, Joana Caldeira, a empresária Angelita Burgel, da Pousada Angel,  o representante do Instituto de Empreendedorismo, Tecnologia e Inovação (IETI), Rodrigo Machidonski, os vereadores Adriano de Souza (PSDB) e Everaldo Dal Posso (PL), do assessor do Deputado Estadual Ivan Naatz (PL), Luizinho Américo e do Secretário de Turismo de Penha, Cléber Neumann.



A carta aberta é direcionada ao prefeito municipal, Aquiles da Costa (MDB), aos vereadores e ao povo de Penha, com depoimentos dos empresários sobre as realidades e dificuldades vivenciadas, as incertezas quanto às medidas restritivas adotadas até então e sugestões de ações para a manutenção das atividades sem descuidar do combate ao COVID-19.



A carta também solicita investimentos na área de saúde, em medicamentos, materiais para os profissionais e ampliação da vacinação. Solicita, ainda, maior fiscalização contra festas clandestinas e aglomerações e compensações tributárias, como prazos maiores ou descontos.


Diz um trecho da carta:


"Reiteramos que Distanciamento Social não é sinônimo de Proibição do Trabalho e Fechamento de Atividades, tendo em vista que 90% do comércio e serviços do Município não possuem aglomerações, devido à crise financeira. Dentro das lojas dos centros comerciais ou bairros, são raras as que possuem vários compradores simultâneos e as que possuem, devem controlar os acessos.

Pedimos diálogo, honestidade, bom senso e que afastem-se do espectro político, permitindo o povo trabalhar."


)) Clique aqui e leia a carta na íntegra




:: Direito de trabalhar





Na abertura, Aurélio destacou a importância da união do empresariado e destacou números dos meios de hospedagem de Penha. Reforçou que a proposta da carta aberta é pelo direito de trabalhar das empresas e seus colaboradores. Destacou os relatos que fazem parte da carta aberta e as dificuldades enfrentadas pelos empresários. Ressaltou que o turismo gera muitos empregos e movimenta diversos outros setores além dos meios de hospedagem.

"A gente quer só trabalhar, mas trabalhar com cautela, precaução, visando a saúde de todos", destacou Aurélio, lembrando que muitos estabelecimentos adotaram as medidas como tapetes sanitizantes, medição de temperatura e todos os cuidados necessários para garantir a segurança dos funcionários e dos visitantes. 




:: Famílias e empresas



André Locatelli Trein, presidente do Núcleo de Turismo da Acipen (Ahorepe) e do Comtur, solicitou a ajuda dos vereadores no atendimento a carta e fez um comparativo, destacando que as famílias são como as empresas, têm suas receitas e os seus gastos e que os sucessivos fechamentos prejudicam e muito a todos, em especial aos que dependem do turismo e já aplicam todas as medidas de proteção e distanciamento. André reforçou a importância de os representantes do poder público levarem essas reivindicações dos empresários adiante.



 
:: Todas as atividades são essenciais





O vice-presidente da Câmara de Vereadores, Adriano de Souza, o Tibeco, lembrou do surgimento do Nuphope em 2018, visando atender aos pequenos meios de hospedagem. Reconheceu que a situação é complicada devido as lotações em hospitais, mas ressaltou que é preciso reconhecer todas as atividades como essenciais.


"Não tem mais como fechar nada. O cara que vende água de coco na praia, aquele serviço é essencial para ele", destacou. Tibeco acrescentou que a hotelaria da cidade é forte e, por exemplo, o fechamento do Beto Carrero World afeta o trade turístico como um todo.


Tibeco acredita que não haverá mais lockdown no estado, mas que o assunto ainda gera muitas discussões nas mais variadas esferas do governo e, por isso, é preciso haver a manifestação das classes empresariais. "Realmente esse trabalho de vocês aqui é muito importante, fazer pressão", destacou. O vereador acrescentou que a Câmara de Vereadores está à disposição para ajudar no que for da competência legislativa municipal. 




:: Apoio do Governo Municipal


 

 

 

O Secretário de Turismo de Penha, Cleber Neumann, lembrou que trabalha há 20 anos no turismo e também já esteve à frente de entidades representativas, como a Ahorepe e, por isso, conhece os anseios do trade turístico. Ressaltou que o governo municipal vem atendendo às solicitações do setor e vai continuar apoiando. "Ninguém melhor que os empresários para saberem o que é melhor para a classe, então, estamos de portas abertas para atender também a esta carta aberta com as solicitações de todos", destacou. 



Cleber fez um resumo das ações da Secretaria de Turismo e das ações de conscientização dos cuidados para evitar o coronavírus, além das ações de fiscalização dos cumprimentos das normas de higiene e segurança. "Todas as medidas necessárias estão sendo tomadas pelo trade, de maneira geral", destacou".



O Secretário de Turismo reforçou que o governo vai fazer os esforços necessários para atender às reivindicações do trade. "Para que a gente possa trabalhar de uma maneira segura, as pessoas possam vir para a nossa cidade e encontrar um ambiente preparado para receber da melhor maneira possível", finalizou.



 

:: Bom senso nas decisões



O vice-presidente do Nuphope, Antônio Nascimento, destacou que é preciso bom senso dos governos na tomadas de decisões, que todos entendem a complexidade da situação atual, porém, não existe uma verdade absoluta.


Para ele, ações de lockdown não tiveram os efeitos esperados mas criaram dificuldades para os setores produtivos. Lembrou que é preciso participação também da população, não apenas esperar tudo do poder público, pois todos temos responsabilidade nos cuidados, porém, reforçou, é preciso o bom senso dos governantes nas decisões.



Antônio citou que existem no Brasil exemplos de locais onde está sendo possível equalizar os cuidados contra o coronavírus com a manutenção das atividades e que isso depende de esforços coletivos. "O que a gente espera é que, realmente, todos tenham consciência e de quem tem o poder na mão, deixar as pessoas trabalharem e circularem com responsabilidade", afirmou, completando com a defesa da vacinação para todos.






:: Plano de Desenvolvimento


Luizinho Américo, assessor do Deputado Estadual Ivan Naatz, afirmou que vai levar as reivindicações do trade a Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, da qual Naatz é presidente.


Defendeu também a manutenção das atividades, desde que obedecidas todas as normas de segurança e higiene. Luizinho acrescentou que vem percorrendo o litoral norte e notando que as necessidades são semelhantes, em especial na importância em deixar os negócios funcionando.

Luizinho afirmou que está sendo criado na Assembleia um plano de desenvolvimento com base nas características de cada região do estado, visando os tempos atuais e também o pós pandemia. Ressaltou que a Assembleia está à disposição para buscar atender aos anseios da classe turística. "O turismo é a mola propulsora da economia de Penha", finalizou.





:: O trade está preparado





Finalizando as apresentações, O representante do IETI, Rodrigo Machidonski, destacou que o Instituto está junto com o setor hoteleiro desde a criação e vem acompanhando as necessidades da classe e as adequações feitas pelos meios de hospedagem para garantir as corretas higienizações e a segurança dos visitantes e dos colaboradores.


"Eles tomaram todas as providências para receber o turista. Não é justo, depois de todo esse investimento, não poder receber o turista". Para Rodrigo, o trade de Penha está preparado e, por isso, não pode ser penalizado com a suspensão das atividades.